Colaboradores do Grupo Celi têm aulas de Libras no ILBJ

28 de julho de 2016

Comunicar-se é essencial para os seres humanos. A comunicação, por sua vez, se dá das mais variadas formas: seja por códigos linguísticos, pela escrita ou pela forma oral, através da emissão de sons comuns entre pessoas de um mesmo grupo. Também é feita por meio de gestos. Neste último caso, um idioma torna a comunicação ainda mais especial: a Língua Brasileira de Sinais ou, simplesmente, Libras, um instrumento fundamental para o desenvolvimento e inserção de surdos na sociedade.

No Instituto Luciano Barreto Júnior, braço de responsabilidade social da Construtora Celi, 20 alunos compõem a segunda turma do curso de Libras para colaboradores, iniciado em 21 de julho deste ano. As aulas acontecem uma vez por semana, sempre às quintas-feiras, das 18h30 às 21h40. O curso compreende três módulos – cada um com 40 horas/aula – e continua até o dia 22 de setembro.

Para os colaboradores da Construtora Celi, do Celi Mall Decor e do ILBJ, a oportunidade de estudar esse idioma tem sido um mergulho em um universo de aprendizado, de cidadania e de respeito ao próximo. Especialmente quando se leva em conta que, pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui mais de 7 milhões de surdos que precisam ser inseridos na sociedade como cidadãos.

Assim, história, cultura e identidade surda, alfabeto, saudações, cumprimentos e sinais ligados ao cotidiano são alguns dos temas trabalhados na formação. As aulas são ministradas pelo instrutor Amilton Santos, que é surdo, nativo da língua e estuda Licenciatura em Libras na Universidade Federal de Sergipe (UFS). A primeira aula dessa turma foi acompanhada pela educadora Gilmara Menezes, formada em Letras Português e especialista em Educação Especial – Libras.

Segunda língua

No primeiro dia de aula, também foram apresentados o histórico da Libras e a importância do ensino desta língua que possui uma estrutura gramatical própria. As próximas aulas serão ministradas pelo instrutor com o auxílio da lousa digital e material apostilado. “A iniciativa do Instituto em proporcionar o curso de Língua Brasileira de Sinais aos colaboradores é muito importante, pois o número de pessoas que a conhecem ainda não é representativo. Vale lembrar que Libras é a segunda língua oficial no Brasil e deveria ser trabalhada em todas as instituições de ensino e corporações”, ressaltou a educadora Gilmara Menezes.

Valéria Freire, gerente do Instituto, lembra que a primeira turma do curso para colaboradores aconteceu em 2014, quando houve formação de educadores, coordenadores pedagógicos, coordenadores psicossociais e comunicólogos. Agora, em 2016, todos os colaboradores do ILBJ, independentemente da função que exerçam, estão fazendo a formação em Libras. “Nosso curso é uma forma inovadora de apoiar a capacitação de pessoas que trabalham, vivem e convivem com surdos”, diz a gerente.

Vale ressaltar que o ILBJ, baseando-se nos princípios de “igualdade de oportunidade” e de “educação para todos”, e orientando-se pela perspectiva da diversidade, desde 2012, passou a proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência em diferentes espaços sociais. “Esta é uma máxima que vem sendo propagada em todo o mundo. Pensando em fazer com que colaboradores, adolescentes e jovens do Instituto Luciano Barreto Júnior também estejam inseridos nesse contexto mundial, desde então, temos possibilitado não apenas a inclusão de jovens surdos no ILBJ como proporcionado apoio pedagógico através de educadores sociais capacitados”, destaca. Desde a criação do curso, mais de 400 adolescentes e jovens já foram formados. Muitos deles, inclusive, foram selecionados para o primeiro emprego.

Eternos aprendizes

Entre os colaboradores da Construtora Celi, está a coordenadora de Marketing Fabiana Droppa, que não esconde o entusiasmo em aprender a Língua Brasileira de Sinais. Para ela, será um novo aprendizado para a vida, pois é importante sempre se colocar na posição de “eterna aprendiz”.

Além disso, segundo Fabiana, por gesticular muito, ela crê que melhorará a maneira de se articular, de conversar e de ser mais paciente. Agora, quando surgir uma necessidade, ela acredita que saberá, ao menos, se comunicar com uma pessoa com deficiência auditiva. “A iniciativa oferecida aos colaboradores proporciona o contato com a segunda língua oficial do Brasil, capacita aqueles que, na realização do seu trabalho, podem ter contato com um aluno ou cliente surdo, e levanta o tema da real necessidade da inclusão das pessoas com deficiências em espaços sociais”, diz.

Já Hericka Rodrigues, 31 anos, do Setor de Vendas do Celi Mall Decor, decidiu aprender Libras como forma de adquirir mais conhecimento. Ela considera que a constante busca pelo saber é importante. “Apesar do que muita gente pensa, eu acho que o curso não vai ser difícil. Na verdade, é bem dinâmico, o que já me desperta muito interesse. E, hoje, como é comum encontrar pessoas com deficiência auditiva, saber Libras vai facilitar a comunicação com elas”, avalia. E complementa: “O fato de promover esse curso para os colaboradores mostra como a Celi investe em seus funcionários. Por isso, estou muito feliz em fazer esse curso. Afinal, como diz Dona Maria Celi [Barreto, presidente do ILBJ], “somos eternos aprendizes””.

O professor Marcelo Leite, 30 anos, concorda plenamente com Hericka. Responsável por lecionar Informática no ILBJ, o docente também se inscreveu na turma de Libras para colaboradores e voltou a ser aluno. “Como professor, gostaria de ter mais esse idioma no meu currículo [além de português, ele fala espanhol]. No mercado, há poucos professores licenciados em Libras. Então, para mim, é importante ter um novo idioma, que servirá não somente para meu trabalho, mas, também, para a vida. Por isso, depois desse curso, pretendo fazer pós-graduação em Libras”, revela Marcelo.